quarta-feira, 3 de março de 2010

Eu coloro (sobre o Tempo defectivo)

Te coloro o dia defectivo. Abolo tudo que põe jaça nessa tua escala cromática exorbitante que eles chamam tempo. E cronológica vou pintando em espasmos sobre a tua face, assim como quem pinta em óleo sobre tela, as tuas horas. Eu coloro. Assim mesmo. Audaciosa e defectivamente. Não me adeqüo. Quando dôo-pois não é fácil viver em autocombustão incessante- demolo. Pois delinqüo? Logo esculpo em rubor os teus minutos.Mas não me exauro. Brando, bramo e explodo em segundos fumegantes.

4 comentários:

  1. Coisa de gênio. Audaciosa, corajosa, vc vai, brincando com a língua, ousando usar os verbos sem se ater às regras, mas demonstrando dominá-las. Ah, garota!!Você não deve e não pode parar de escrever porque a estrutura da escrita lhe é intrínseca. Vá fundo!!

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  2. Gostei muito de ler isso tudo. Gostei muito de você escrevendo. Botar poesia pra fora ajuda a nos entender, não pare, experimente, brinque, mexa aqui, mude ali, bote pedacinhos de você pra fora, descubra um pouco de você! Poesia que a gente não bota pra fora, como se sabe, vira angústia, se junta às demais que já temos e, de vez em quando, sapateiam ali entre o estômago e duodeno da gente. Beijos!

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  3. Giulia,
    Quando os professores de língua Portuguesa descobrirem isso, o usarão pra ensinar verbos defectivos! Super original e divertido!

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