quinta-feira, 27 de agosto de 2015

piada interna

e vem à tona aquela piada interna que costumava ser nossa e agora deixou de ser piada -- ontologicamente uma piada precisa de mais de duas pessoas para sobreviver. nesse mesmo instante deixo de ser uma pessoa bacana e me torno uma pessoa triste e obscura. pior: patética. penso em fazer qualquer coisa para tentar esconder de mim mesma que sou patética. penso: tem uma louça pra lavar, esse velho clichê de uma pretensa ocupação. vou lavar a louça. tudo que faço tem um ar desesperado- é horrível quando nos encontramos com nós mesmos. preciso relaxar: aposto todas as minhas fichas em uma voz doce e feminina. coloco fones de ouvido e a voz messiânica da vez é a de cat power. "lower me down/pin me in/ secure the grounds/ for the later parade". e tem aquela festinha mais tarde, mas tá tão confortável aqui. pra que conhecer pessoas novas? pra vir tudo de novo? logo agora que finalmente obtive algum êxito em estar em conformidade comigo mesma? não. meu travesseiro, meus fones, tudo aqui é muito gentil. e tem também meu gato. mas meu gato, não-- meu gato é tão de seguro de si que me faz ter vergonha de mim mesma. vou vê-lo, faço um cafuné e volto. decido, em foro inconsciente, que não vou à festinha, decisão essa que só será exarada a meu consciente amanhã, quando eu acordar, renovada. e também, ninguém vai ligar se você não for na festinha. "lower me down/ pin me in/ secure the grounds/ for the later parade"

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