sábado, 27 de fevereiro de 2010

Kinda of blé

Hoje acordei candomblé
Levantei no desespero dos iconoclastas
A fim de destruir altares, escapulários,
Deuses e orixás. Templos, catedrais
E mosaicos medievais.
Peguei cada canto gregoriano,
Cada aleluia, cada amém,
Cada reza, cada lamento
E os reduzi a cacos.
Deus está silencioso?
Ou estará Deus ocioso?
Quis então juntar os cacos,
remendar os pedaços dispersos dos meus sonhos,
Como peças de um quebra cabeça virginal
Mas minha mente hermética e profana
Se ocupou nessa empreitada divina e irresoluta
Sem ver que a umbanda já havia passado.

3 comentários:

  1. Não sou linguista, não sou mestra em literatura, mas percebo um domínio das palavras, não só criativo, mas de expressão literária. Além de referências pra lá de interessantes, inclusive "sem ver que a umbanda já havia passado" - não viu a banda passar. Muito bom!Meio Bergman, meio cult. Você vai longe, Giulia!

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  2. E a coisa de Deus estar silencioso ou talvez ocioso!
    Excelente e muito criativo!
    Quero mais! Quero mais!
    BW

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  3. Bom ver que vc está retomando... Espero que dure.
    Avoé!
    Bjin

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